Sedação

De acordo com a American Society of Anesthesiologists (ASA), o cuidado anestésico monitorado é um tipo de anestesia específico para um procedimento diagnóstico ou terapêutico e não descreve a continuidade da sedação profunda. Envolve todos os cuidados anestésicos, incluindo uma consulta pré-anestésica, cuidados durantet o procedimento e manejo da recuperação.

O anestesista deve estar preparado para a conversão para a anestesia geral, se necessário. Se o paciente perde a consciência e a capacidade de responder apropriadamente, o cuidado anestésico recomendado é o mesmo da anestesia geral.

É obrigatório a monitorização padrão ASA, que inclui eletrocardiografia (ECG), oximetria de pulso, pressão arterial não invasiva e, mais recentemente, a monitorização de dióxico de carbono ao final da expiração (ETCO²) deve ser usada para qualquer anestesia, incluido para a sedação.

O paciente deve ser submetido previamente por uma avaliação pré-operatória. É importante a aceitação do paciente quanto a possibilidade de algum grau de consciência durante o procedimento ou que seja capaz de se comunicar com o cirurgião ou executor do procedimento.

Farmacologia para sedação ambulatorial

Muitos fármacos podem ser administrados em bólus ou em infusões tituláveis. É preferível a infusão titulável, pois geralmente necessitam de doses menores do fármaco, reduzindo, portanto, os riscos e os efeitos adversos do mesmo. Doses menores também reduzem o tempo de recuperação e a utilização de outros recursos.

A meia-vida de eliminação de um fármaco é o tempo necessário para que ele perca metade de sua atividade farmacológica ou fisiológica. Já a meia-vida contexto-dependente é um parâmetro mais relevante, é definida como o tempo necessário para que a concentração plasmática do fármaco diminua em 50% após a interrupção da infusão com uma duração específica. No início da infusão, os níveis plasmáticos do fármaco são reduzidos principalmente pela distribuição a outros compartimentos corporais. Depois da interrupção da infusão, o fármaco que foi distribuido a outros compartimentos voltará para ao compartimento plasmático central para eliminação.

Um fármaco lipofílico, tal como o fentanil, tem maior probabilidade de ser transportado para dentro dos tecidos e de retornar ao compartimento plasmático depois que a infusão é interompida, resultando em uma meia-vida contexto-dependente prolongada. Nestes aspecto o remifentanil se diferencia, pois é rapidamente hidrolisado por esterases plasmáticas e apresenta uma menor quantidade de fármaco disponível após a infusão, reduzindo significativamente a meia-vida contexto-dependente.

Não existe um agente para administração intravenoza que forneça todas as qualidades anestésicas desejadas, ansiólise, analgesia e anestesia, portanto, vários medicamentos são combinados para produzir essa característica. Esse agentes atuam de forma sinérgica, potencializando-se, tanto em efeitos terapêuticos quanto colaterais, sendo recomendado, portanto, utilização de doses menores do que quando utilizados individualmente.

Fármacos utilizados em sedação

Propofol

O propofol é um agente sedativo-hipnótico intravenoso, de ação curta e um dos fármacos anestésicos mais usados em todos os tipos de anestesia. É usado para a indução e manutenção da anestesia geral, para sedação em procedimentos e como sedativo para pacientes em ventilação mecânica em unidade de cuidados intensivos.

Possui como mecanismos de ação, potencialização da atividade do receptor do ácido alfa-aminobutírico (GAbA) e bloqueio do canal de sódio. Tem propriedades antieméticas e broncodilatadoras e uma meia-vida contexto-dependente curta, que é minimamente afetada pelo tempo da infusão. O propofol diminui a resistência vascular sistêmica, a pressão arterial (PA), a taxa metabólica cerebral de oxigênio (CMRO, cerebral metabolic rate for oxygen), diminui o fluxo sanguíneo cerebral (FSC) e a pressão intracraniana (PIC) e produz depressão respiratória. Está associado a uma sensação de queimação no local da injeção, porém, uma pequena dose de lidocaína utilizada isoladamente antes da injeção ou combinada ao propofol reduzem significativamente esse efeito. Após aberta a embalagem com o propofol, este deverá ser utilizado em até 6 horas pelo alto risco de contaminação e proliferação bacteriana, por ser emulsão lipídica.

O propofol contém fosfolipídeo de ovo como emulsificador e deve ser evitado em pacientes com alergia ao ovo.

Sedação ambulatorial ambulatorial

Sedação em consultório